A Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) encerrou a Operação Quaresma, com saldo positivo e poucas ocorrências registradas. A ação, iniciada em 7 de março, teve foco no combate à prática ilegal da farra do boi e garantiu a aplicação da Lei nº 9.605/1998, que trata sobre crimes ambientais. Ao todo, apenas seis ocorrências foram registradas, com atividades concentradas nas cidades de Bombinhas, Governador Celso Ramos e São João Batista.
A operação contou com o apoio da Vigilância Sanitária e da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), e promoveu a fiscalização preventiva e repressiva em áreas de maior incidência cultural da prática, especialmente na região de influência açoriana. A ação teve como objetivo principal proteger os animais e garantir o respeito à vida, em conformidade com a legislação vigente.
Em Governador Celso Ramos, uma ocorrência chamou atenção: um caminhão foi flagrado saindo de uma área suspeita com sinais evidentes de transporte de animal. Durante a abordagem, o motorista afirmou que carregava serragem, mas os policiais localizaram fezes bovinas no compartimento. Após nova abordagem, ele confessou que transportava um boi do bairro Itinga, em Tijucas, até Governador Celso Ramos, com escolta de dois batedores. O animal foi descarregado em uma área de mata, onde havia aglomeração de pessoas, mas não foi encontrado nas buscas. O motorista e o dono do caminhão foram multados em R$ 10 mil cada, e o veículo foi apreendido por irregularidades.
Segundo o comandante-geral da PMSC, coronel Emerson Fernandes, o baixo número de ocorrências é reflexo direto do trabalho intensivo e preventivo realizado durante o período da Quaresma. “É resultado do compromisso da Polícia Militar com a ordem pública, o respeito às leis e, principalmente, da conscientização da população sobre os riscos e a crueldade da farra do boi”, afirmou.
Além dos seis registros formais, a operação abordou mais de 2.500 pessoas e fiscalizou mais de 3.200 veículos. Houve também o cumprimento de um mandado de prisão e a lavratura de um termo circunstanciado, além de 716 ações operacionais realizadas em todo o estado. A multa para quem promove ou divulga a prática da farra do boi pode chegar a R$ 20 mil, valor que dobra em caso de reincidência.
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