A crescente onda de violência nas escolas de Santa Catarina nos sete primeiros meses de 2023 tem gerado grande preocupação entre educadores, pais e autoridades. De acordo com dados do NEPRE (Núcleo de Educação e Prevenção às Violências na Escola), da SED/SC (Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina), houve um alarmante aumento de 57,8% nas ocorrências em comparação ao mesmo período de 2022.
Nesse período, foram registradas 3.749 ocorrências de violência nas escolas da Rede Estadual de ensino, incluindo violências físicas, verbais e práticas de bullying. Em 2022, no mesmo período, haviam sido registradas 2.351 ocorrências.
As ocorrências predominam no período da manhã, principalmente dentro das salas de aula. Em 2023, foram registradas 1.738 ocorrências no período matutino e 1.181 dentro das salas de aula. Em 2022, esses números foram de 1.057 e 811, respectivamente.
O levantamento também mostra que a maioria das ocorrências em 2023 teve como motivo “dificuldades comportamentais e emocionais”, com 605 conflitos, seguida por 262 casos motivados por intolerância. Além disso, a categoria “outros” contabilizou 930 registros.
As consequências dessa violência são graves, afetando 14.678 vítimas, incluindo alunos, professores, gestores e até pais e responsáveis. A maioria das vítimas é do sexo feminino, com 7.981 mulheres afetadas, enquanto 6.697 homens foram vítimas de violência nas escolas.
Outro dado alarmante é que a maioria dos agressores também é estudante, totalizando 3.601 casos. Professores aparecem como agressores em 673 ocorrências, pais/responsáveis em 493 casos e outros em 1.650 registros.
A regional de Criciúma, no sul do Estado, é a que concentra mais registros de violência, com 381 ocorrências, seguida pelas regionais da Grande Florianópolis, com 318 casos, e de Itajaí, com 297.
Essa situação preocupante levou o governo federal a sancionar uma lei que implementa o “disque-denúncia” de violência nas escolas brasileiras. O objetivo é fortalecer a rede de proteção de crianças e adolescentes nas escolas, oferecendo um canal específico e com denúncias anônimas.
O Ministério da Educação aponta alguns motivos para os casos de violência nas escolas, destacando o contexto familiar, a falta de estrutura e apoio nas instituições, além de fatores sociais, como desigualdade social, cultura patriarcal, sexismo, racismo e individualismo.
A escola também pode ser vítima, sofrendo atos de vandalismo, e autora, quando é negligente em relação às violências que ocorrem em seu meio. Além disso, a violência pode ser cometida por pessoas sem vínculo com a instituição, como quando alguém externo invade a escola para cometer crimes. Para prevenir a violência nas escolas, é essencial implementar medidas de conscientização, acompanhamento psicológico, criação de regras de convivência claras, e combate à discriminação, tornando a escola um ambiente seguro e inclusivo para todos os estudantes.
É fundamental que pais, educadores e autoridades trabalhem em conjunto para enfrentar esse desafiador problema e garantir que as escolas sejam espaços acolhedores e seguros para todos os envolvidos no processo educacional.
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