Com 100 mil catarinenses com fibromialgia, Parlamento dá visibilidade a doença

Em Santa Catarina, estima-se que cerca de 100 mil pessoas sofram com fibromialgia, uma doença crônica debilitante, que de acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia afeta 2,5% da população mundial.

Para dar visibilidade aos desafios e avanços para a adoção de políticas públicas para o enfrentamento dessa enfermidade, o Parlamento promoveu nesta segunda-feira (12) o Seminário Estadual de Fibromialgia, uma iniciativa da Comissão de Saúde, em parceria com a Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira.

Cerca de 400 pessoas participaram da  solenidade de abertura, que aconteceu no Auditório Antonieta de Barros, e reuniu o presidente da Comissão de Saúde, deputado Neodi Saretta (PT), o proponente do evento, deputado Maurício Peixer (PL), a presidente da Associação Catarinense de  Portadores de Fibromialgia e Amigos, Cleia Aparecida Clemente Giosole, entre outras autoridades estaduais. 

O evento contou com a participação de especialistas, profissionais de saúde, pacientes e familiares. Na programação, palestras, relatos de superação, diagnóstico, tratamento e políticas públicas de apoio.

Feminina

Em 1992 a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu a Fibromialgia como uma doença crônica e debilitante, caracterizada por dor musculoesquelética generalizada, fadiga, distúrbios do sono e sensibilidade em pontos específicos do corpo e que o diagnóstico precoce é o melhor caminho para controlar os sintomas, já que a doença não tem cura.  A doença afeta em torno de 10 mulheres para cada homem, e o pico de incidência é entre os 30 e 50 anos de idade. 

Protagonismo

O Parlamento assumiu o protagonismo dessa pauta por meio da Lei Estadual nº 18.928/2024, de autoria do deputado Maurício Peixer, que reconhece a Fibromialgia como condição de deficiência e que avançou com a criação da Carteira Estadual de Identificação da Pessoa com Fibromialgia (CIPF).

“Essa legislação representa um avanço já que busca garantir prioridade no atendimento em serviços públicos e privados nas áreas de saúde, educação e assistência social”, opina o parlamentar, que destaca que esse evento é um espaço estratégico para alinhar as políticas públicas. “Além de  sensibilizar gestores e profissionais de saúde a respeito da lei estadual que equipara pessoas diagnosticadas com fibromialgia a pessoas com deficiência, estendendo a elas os mesmos direitos e benefícios”, avaliou. Para ele, os desafios ainda são inúmeros.

“Essa é uma doença ainda desconhecida e é muito difícil entender o sofrimento das pessoas que carregam essa dor no corpo. Há muita discriminação e esse debate quer dar visibilidade, propondo a conscientização, inclusão e políticas públicas para garantir direitos e dignidade as pessoas com fibromialgia”, pontuou.